segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O relojoeiro Cego - Richard Dawkins


    Já escrevi neste blog sobre a seleção natural, e também já confessei minha paixão sobre a evolução. Devo tudo a este livro. Richard Dawkins explica brilhantemente como a seleção natural e seus mecanismos funcionam. Por que a tendência dos seres é melhorar e nunca retroceder? Por que parecemos tão perfeitos e tão bem adequados a este planeta? Ouso perguntar: Por que parecemos tão perfeitos a ponto de parecer haver necessidade um criador?(Esta ultima pergunta foi inspirada no estilo do escritor Dawkins)
    Dividido em 11 capítulos, cada um focado em uma parte do assunto “evolução”, o autor consegue explicar cada uma delas. Utilizando analogias e textos de outros autores, Dawkins consegue rebater argumentos criacionistas e aplicar a evolução de Darwin a exemplos atuais e práticos.
   O objetivo principal do livro é eliminar crenças populares falsas sobre o darwinismo, além de conquistar novos adeptos para este pensamento, além de espalhar o método cientifico.

Resumo:

 Capitulo 1 – Explicando o muito improvável
 Capitulo 2 – Bom Design

    Nos dois primeiros capítulos, Dawkins expõe argumentos de criacionistas, e, além disso, fala sobre sistemas biológicos extremamente desenvolvidos, que aparentam ser complexos demais para uma evolução gradual (um dos exemplos é a eco localização dos morcegos).Seu objetivo é questionar: Como o Darwinismo foi capaz disso?

Capitulo 3 – Acumulações de pequenas mudanças

    A partir do terceiro, a explicação começa. Batizado de “acumulação de pequenas mudanças”, é responsável pela explicação do que seria acaso, e do seria seleção cumulativa. O autor explica como se é possível, a partir de pequenas mudanças, atingir um grande resultado. Para isto, ele utiliza uma analogia interessante: Como um macaco, apertando teclas aleatórias numa maquina de escrever, conseguiria escrever uma frase de uma obra de Shakespeare? Quanto tempo levaria? Este tempo, poderia de alguma forma, ser encurtado? Se sim, como? Talvez você esteja se perguntando o que isso tem a ver com evolução. Considere que a primeira fase que o macaco escreveu foi a primeira vida existente na terra. E seu objetivo é evoluir até a frase perfeitamente correta, a forma de vida mais bem evoluída possível. Como chegar até lá? Acredito que já esteja evidente a similaridade das situações.
    É neste capitulo também, que somos apresentados aos “biomorfos”. Biomorfos são criaturas virtuais, criadas a partir de um programa de computador, predestinados a sofrer mutações, assim como seres reais, e destinados a facilitar a compreensão do leitor sobre como pequenas mudanças ocorrem e como funcionam.

Capitulo 4 - Desbravando os caminhos do espaço animal

   Aplicando todas as analogias e teorias explicadas nos capítulos anteriores, O quarto torna-se o palco para a prática. “Desbravando os caminhos do espaço animal” mostra, com exemplos reais, como a evolução gradual acontece. Dawkins também responde aos exemplos que deu nos dois primeiros capítulos. A eco localização dos morcegos, por exemplo, poderia ter aparecido pela primeira vez muito diferente do que é hoje, e com certeza bem mais falha. Mas uma eco localização ruim é melhor do que nenhuma eco localização, e esta vantagem tenderá a passar adiante, melhorando de pouco em pouco, sempre obedecendo a regra de que quase nada é melhor nada, até ser atingida a excelência atual.

Capitulo 5 - O poder e os arquivos

   “O poder e os arquivos” explora o poder do DNA, mais precisamente, dos genes, e sua capacidade de armazenamento de informação. Engana-se quem pensa que a evolução é sobre espécies. Os verdadeiros soldados nesta batalha são os genes: São eles que definem o que um ser é, logo, são eles que definem se um ser é bem adaptado ou não. Bons genes tendem a permanecer. E farão de tudo para tal – até mesmo escolher outros genes! Ora, genes que favorecem um animal carnívoro vão escolher genes que favoreçam animais carnívoros! Por exemplo, um animal predominantemente carnívoro possui genes que favorecem carnívoros: um gene que estimule o desenvolvimento de dentes menos afiados não será aceito no grupo.
   É curioso pensar em genes como entidades, pessoas com sentimentos, mas podem ser vitimas do próprio feitiço: A própria evolução pode ter selecionado os genes que fazem de tudo para continuar na prole e que escolhem bem seus parceiros.
     
 Capitulo 6 – Origens e milagres

    Como capitulo diz, o objetivo é quebrar a pergunta mais frequente dos criacionistas – “Como a vida começou?”. Baseando-se em testes de laboratório químicos que demonstram como bases nitrogenadas podem se unir, e também como podem surgir na terra primitiva. Uma fita de RNA, formada com auxilio de um tipo especial de argila, pode passar informação para ribossomos para estes formarem uma proteína.
  Outro ponto do capitulo é debater sobre o que é um milagre. Por que quando algo raro acontece, parece ter sido “feito” por algo/alguém? Mais do que isso, o que define um milagre, ou então algo raro? O ser humano vive em média 70 anos; É consideravelmente muito pouco tempo. Se vivêssemos mais tempo, um milagre deixaria de ter esse titulo: um homem sobreviver a um acidente de carro por exemplo. Veríamos tal coisa varias vezes, de tal forma, que não poderia ser considerado mais um milagre. É uma ilusão de nossas vidas curtas.

  Capitulo 7 – Evolução construtiva

   Richard Dawkins compara a evolução a uma corrida armamentista: Dois lados evoluindo constantemente para tentar superar o outro. Um carnívoro e um herbívoro por exemplo. Ambos têm de manter uma evolução constante. Se por acaso o carnívoro ficar para trás, morrerá de fome e sua espécie deixará de existir. É claro que há um limite. Um leopardo não poderá evoluir sua velocidade infinitamente, ele deverá respeitar as leis da física.
  Não só a corrida armamentista, eles devem sobreviver também aos desafios do planeta: climas mudando, regiões diferentes; Somente os mais fortes conseguem seguir esse ritmo. O meio é o maior determinante na evolução.

Capitulo 8 – Explosões e espirais

  A discussão aqui é sobre sexo. Por que fêmeas de algumas aves preferem parceiros com penas mais brilhantes e coloridas? Como a evolução permitiu tal coisa, e mais do que isso, como a evolução se aproveitou disso?
   É sabido que seria interessante para alguns pássaros terem penas pequenas: Significa menos esforço para levantar voo; mais energia acumulada. No entanto as fêmeas preferem machos com penas maiores. Isso acontece porque machos com penas maiores são mais saudáveis. Ora, são mais fortes por conseguirem sobreviver com esse peso e ainda conseguem manter suas penas bonitas. Qualquer acirramento da “corrida armamentista” faz bem à evolução, já que um numero bem menor de genes são passados pra frente, esses genes ,obviamente são os melhores, acelerando o processo.

Capitulo 9 – Pontuacionismo puncionado

   Quais são as diferenças entre gradualista e saltacionista? Gradualistas acreditam que a evolução acontece de pouco em pouco. Por exemplo, que a formação de um olho aconteceu passo a passo. Saltacionistas acreditam que o olho surgiu de uma geração a outra, sem meio termo.
  É neste capitulo que o autor nos explica sobre como uma espécie nova pode surgir. Imagine uma espécie de macacos que vivem em arvores. Agora imagine que isolemos um grupo esses macacos em uma terra plana, totalmente sem arvores. Aos poucos, estes perderão suas caldas e desenvolverão armas para o convívio terrestre; os que já são mais bem adaptados, se reproduzirão mais, e consequentemente seus genes logo vão dominar a prole, evoluindo, até os dois grupos poderem ser categorizados como duas espécies diferentes. De novo, a afirmação de que o meio é quem manda na evolução.

  Capitulo 10 – A verdadeira e única arvore da vida

    Classificação. Esta palavra pode ser aplicada a qualquer coisa: Livros, filmes, Temas de blog e até mesmo animais. Mas qual seria a maneira correta de se classificar um animal? Do maior ao menor? Não, seria muito confuso. Do mais forte pro mais fraco? Tampouco. O jeito mais correto seria seguindo a arvore da vida, seguindo a evolução, Respeitando o parentesco dos animais.
   Mas como fazer isso corretamente? Não é possível usar somente as semelhanças; isso poderia nos fazer crer que baleias são peixes. A analise molecular é mais aceitada e confiável: analisar diretamente diferenças de DNA entre duas criaturas é a forma mais segura de assegurar o parentesco de dois animais.
  Ora, se eu sou um parente próximo de um primata, meu DNA, minhas proteínas, minhas hemoglobinas são muito mais próximas dele do que com um réptil. É muito melhor analisar as coisas desse jeito, do que pela aparência. Uma baleia pode muito bem parecida com um peixe, mas seu código genético é muito mais parecido com um mamífero, deixando obvio que ela veio dos mamíferos.

Capitulo 11 – Rivais condenadas

  Por ultimo, as outras teorias da evolução; Por que o lamarckismo está errado? A herança de pequenas mudanças não faz sentido?
   O lamarckismo se sustenta dizendo, por exemplo, que o filho de um pai forte, será também forte. Assim como um pai gordo terá um filho gordo. No entanto, isso é uma questão de comportamento e não de herança: o pai gordo com certeza dará mais comida ao filho, tornando-o também gordo. Acreditar que herdamos as mudanças que ocorrem com nossos pais não faz sentido, pois se fosse assim, nasceríamos tão velhos quanto eles quando nos fizeram, gerando uma população cada vez mais velha, até a impossibilidade de gerar mais vida, o que é impossível.
  Ocorreria o mesmo com um ferimento: o filho herdaria aquele machucado. O lamarckismo tenta passar a ideia de que só coisas boas são passadas adiante, mas isso é impossível, não há como o corpo definir o que é uma mudança boa ou ruim, este é o dever do meio.
   O criacionismo, outro rival do darwinismo, não merece debate.



Algumas observações:
 - Isto é um livro cientifico, não existem spoilers aqui
- Isto é um RESUMO. Muita informação importante fica para trás. Muita mesmo. Se o assunto lhe interessar, compre o livro.
  -O objetivo é dar uma idéia do que será a ideia do livro para aguçar a curiosidade do leitor e faze-lo pensar se é isso mesmo que ele deseja num livro.
 

 O livro possível no total, 488 páginas, com prefácio e notas depois do ultimo capitulo.



    

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