Já escrevi neste blog
sobre a seleção natural, e também já confessei minha paixão sobre a evolução.
Devo tudo a este livro. Richard Dawkins explica brilhantemente como a seleção
natural e seus mecanismos funcionam. Por que a tendência dos seres é melhorar e
nunca retroceder? Por que parecemos tão perfeitos e tão bem adequados a este
planeta? Ouso perguntar: Por que parecemos tão perfeitos a ponto de parecer
haver necessidade um criador?(Esta ultima pergunta foi inspirada no estilo do
escritor Dawkins)
Dividido em 11
capítulos, cada um focado em uma parte do assunto “evolução”, o autor consegue
explicar cada uma delas. Utilizando analogias e textos de outros autores,
Dawkins consegue rebater argumentos criacionistas e aplicar a evolução de Darwin
a exemplos atuais e práticos.
O objetivo principal do
livro é eliminar crenças populares falsas sobre o darwinismo, além de
conquistar novos adeptos para este pensamento, além de espalhar o método
cientifico.
Resumo:
Capitulo 1 – Explicando o
muito improvável
Capitulo 2 – Bom Design
Nos dois primeiros capítulos, Dawkins expõe
argumentos de criacionistas, e, além disso, fala sobre sistemas biológicos
extremamente desenvolvidos, que aparentam ser complexos demais para uma evolução gradual (um
dos exemplos é a eco localização dos morcegos).Seu objetivo é questionar: Como
o Darwinismo foi capaz disso?
Capitulo 3 – Acumulações de
pequenas mudanças
A partir do terceiro, a
explicação começa. Batizado de “acumulação de pequenas mudanças”, é responsável
pela explicação do que seria acaso, e do seria seleção cumulativa. O autor
explica como se é possível, a partir de pequenas mudanças, atingir um grande
resultado. Para isto, ele utiliza uma analogia interessante: Como um macaco,
apertando teclas aleatórias numa maquina de escrever, conseguiria escrever uma
frase de uma obra de Shakespeare? Quanto tempo levaria? Este tempo, poderia de
alguma forma, ser encurtado? Se sim, como? Talvez você esteja se perguntando o
que isso tem a ver com evolução. Considere que a primeira fase que o macaco
escreveu foi a primeira vida existente na terra. E seu objetivo é evoluir até a
frase perfeitamente correta, a forma de vida mais bem evoluída possível. Como
chegar até lá? Acredito que já esteja evidente a similaridade das situações.
É neste capitulo também,
que somos apresentados aos “biomorfos”. Biomorfos são criaturas virtuais,
criadas a partir de um programa de computador, predestinados a sofrer mutações,
assim como seres reais, e destinados a facilitar a compreensão do leitor sobre
como pequenas mudanças ocorrem e como funcionam.
Capitulo 4 - Desbravando os
caminhos do espaço animal
Aplicando todas as
analogias e teorias explicadas nos capítulos anteriores, O quarto torna-se o
palco para a prática. “Desbravando os caminhos do espaço animal” mostra, com
exemplos reais, como a evolução gradual acontece. Dawkins também responde aos
exemplos que deu nos dois primeiros capítulos. A eco localização dos morcegos,
por exemplo, poderia ter aparecido pela primeira vez muito diferente do que é
hoje, e com certeza bem mais falha. Mas uma eco localização ruim é melhor do
que nenhuma eco localização, e esta vantagem tenderá a passar adiante, melhorando
de pouco em pouco, sempre obedecendo a regra de que quase nada é melhor nada,
até ser atingida a excelência atual.
Capitulo 5 - O poder e os
arquivos
“O poder e os arquivos”
explora o poder do DNA, mais precisamente, dos genes, e sua capacidade de
armazenamento de informação. Engana-se quem pensa que a evolução é sobre
espécies. Os verdadeiros soldados nesta batalha são os genes: São eles que
definem o que um ser é, logo, são eles que definem se um ser é bem adaptado ou
não. Bons genes tendem a permanecer. E farão de tudo para tal – até mesmo
escolher outros genes! Ora, genes que favorecem um animal carnívoro vão
escolher genes que favoreçam animais carnívoros! Por exemplo, um animal
predominantemente carnívoro possui genes que favorecem carnívoros: um gene que
estimule o desenvolvimento de dentes menos afiados não será aceito no grupo.
É curioso pensar em genes
como entidades, pessoas com sentimentos, mas podem ser vitimas do próprio
feitiço: A própria evolução pode ter selecionado os genes que fazem de tudo
para continuar na prole e que escolhem bem seus parceiros.
Capitulo 6 – Origens e milagres
Como capitulo diz, o
objetivo é quebrar a pergunta mais frequente dos criacionistas – “Como a vida
começou?”. Baseando-se em testes de laboratório químicos que demonstram como
bases nitrogenadas podem se unir, e também como podem surgir na terra
primitiva. Uma fita de RNA, formada com auxilio de um tipo especial de argila, pode
passar informação para ribossomos para estes formarem uma proteína.
Outro ponto do capitulo é
debater sobre o que é um milagre. Por que quando algo raro acontece, parece ter
sido “feito” por algo/alguém? Mais do que isso, o que define um milagre, ou
então algo raro? O ser humano vive em média 70 anos; É consideravelmente muito
pouco tempo. Se vivêssemos mais tempo, um milagre deixaria de ter esse titulo:
um homem sobreviver a um acidente de carro por exemplo. Veríamos tal coisa
varias vezes, de tal forma, que não poderia ser considerado mais um milagre. É uma
ilusão de nossas vidas curtas.
Capitulo 7 – Evolução construtiva
Richard Dawkins compara a
evolução a uma corrida armamentista: Dois lados evoluindo constantemente para
tentar superar o outro. Um carnívoro e um herbívoro por exemplo. Ambos têm de
manter uma evolução constante. Se por acaso o carnívoro ficar para trás,
morrerá de fome e sua espécie deixará de existir. É claro que há um limite. Um
leopardo não poderá evoluir sua velocidade infinitamente, ele deverá respeitar as
leis da física.
Não só a corrida armamentista, eles devem
sobreviver também aos desafios do planeta: climas mudando, regiões diferentes;
Somente os mais fortes conseguem seguir esse ritmo. O meio é o maior determinante
na evolução.
Capitulo 8 – Explosões e
espirais
A discussão aqui é sobre
sexo. Por que fêmeas de algumas aves preferem parceiros com penas mais
brilhantes e coloridas? Como a evolução permitiu tal coisa, e mais do que isso,
como a evolução se aproveitou disso?
É sabido que seria
interessante para alguns pássaros terem penas pequenas: Significa menos esforço
para levantar voo; mais energia acumulada. No entanto as fêmeas preferem machos
com penas maiores. Isso acontece porque machos com penas maiores são mais saudáveis.
Ora, são mais fortes por conseguirem sobreviver com esse peso e ainda conseguem
manter suas penas bonitas. Qualquer acirramento da “corrida armamentista” faz
bem à evolução, já que um numero bem menor de genes são passados pra frente,
esses genes ,obviamente são os melhores, acelerando o processo.
Capitulo 9 – Pontuacionismo puncionado
Quais são as diferenças
entre gradualista e saltacionista? Gradualistas acreditam que a evolução
acontece de pouco em pouco. Por exemplo, que a formação de um olho aconteceu
passo a passo. Saltacionistas acreditam que o olho surgiu de uma geração a
outra, sem meio termo.
É neste capitulo que o
autor nos explica sobre como uma espécie nova pode surgir. Imagine uma espécie
de macacos que vivem em arvores. Agora imagine que isolemos um grupo esses
macacos em uma terra plana, totalmente sem arvores. Aos poucos, estes perderão
suas caldas e desenvolverão armas para o convívio terrestre; os que já são mais
bem adaptados, se reproduzirão mais, e consequentemente seus genes logo vão
dominar a prole, evoluindo, até os dois grupos poderem ser categorizados como
duas espécies diferentes. De novo, a afirmação de que o meio é quem manda na
evolução.
Capitulo 10 – A verdadeira e única arvore da
vida
Classificação. Esta palavra pode ser aplicada
a qualquer coisa: Livros, filmes, Temas de blog e até mesmo animais. Mas qual
seria a maneira correta de se classificar um animal? Do maior ao menor? Não, seria
muito confuso. Do mais forte pro mais fraco? Tampouco. O jeito mais correto
seria seguindo a arvore da vida, seguindo a evolução, Respeitando o parentesco
dos animais.
Mas como fazer isso
corretamente? Não é possível usar somente as semelhanças; isso poderia nos fazer
crer que baleias são peixes. A analise molecular é mais aceitada e confiável:
analisar diretamente diferenças de DNA entre duas criaturas é a forma mais
segura de assegurar o parentesco de dois animais.
Ora, se eu sou um parente próximo
de um primata, meu DNA, minhas proteínas, minhas hemoglobinas são muito mais próximas
dele do que com um réptil. É muito melhor analisar as coisas desse jeito, do
que pela aparência. Uma baleia pode muito bem parecida com um peixe, mas seu
código genético é muito mais parecido com um mamífero, deixando obvio que ela
veio dos mamíferos.
Capitulo 11 – Rivais condenadas
Por ultimo, as outras
teorias da evolução; Por que o lamarckismo está errado? A herança de pequenas
mudanças não faz sentido?
O lamarckismo se sustenta
dizendo, por exemplo, que o filho de um pai forte, será também forte. Assim
como um pai gordo terá um filho gordo. No entanto, isso é uma questão de
comportamento e não de herança: o pai gordo com certeza dará mais comida ao
filho, tornando-o também gordo. Acreditar que herdamos as mudanças que ocorrem
com nossos pais não faz sentido, pois se fosse assim, nasceríamos tão velhos
quanto eles quando nos fizeram, gerando uma população cada vez mais velha, até
a impossibilidade de gerar mais vida, o que é impossível.
Ocorreria o mesmo com um
ferimento: o filho herdaria aquele machucado. O lamarckismo tenta passar a
ideia de que só coisas boas são passadas adiante, mas isso é impossível, não há
como o corpo definir o que é uma mudança boa ou ruim, este é o dever do meio.
O criacionismo, outro rival do darwinismo, não
merece debate.
Algumas observações:
- Isto é um livro cientifico, não existem
spoilers aqui
- Isto é um RESUMO. Muita
informação importante fica para trás. Muita mesmo. Se o assunto lhe interessar,
compre o livro.
-O objetivo é dar uma idéia do que será a
ideia do livro para aguçar a curiosidade do leitor e faze-lo pensar se é isso
mesmo que ele deseja num livro.
O livro possível no total, 488 páginas, com
prefácio e notas depois do ultimo capitulo.
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